terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

POLINEUROPATIA ALCOÓLICA

A prevalência das polineuropatias é cerca de 10% na população geral. É geralmente uma manifestação de uma doença sistêmica como diabetes mellitus, hanseníase  ou abuso de bebida alcóolica. Em 20% dos casos permanece com uma etiologia desconhecida.
Alguns questionamentos auxiliam no diagnóstico etiológico:
1) É subaguda ou crônica? Se crônica , é progressiva, remitente, recorrente ou fases distintas?
2) O padrão de distribuição: proximal, distal ou ambos?
3) Tipo de fibra nervosa envolvida: sensitiva, motora, mista, fibras autonômicas envolvidas?
4) História familiar? Deformidades em pés ou coluna?
5) História de doença prévia, exposição a drogas ou toxinas?
6) Patologia primária: Desmielinizante ou Axonal? Se desmielinizante, é segmental ou uniforme?
Na polineuropatia alcoólica, o estudo eletroneuromiográfico evidencia geralmente ausência ou amplitude bastante reduzida dos Potenciais de Ação Sensitiva, amplitude reduzida dos Potenciais de Ação Muscular Compostos, fibrilações e  redução do recrutamento dos Potenciais de Ação da Unidade Motora. Mais intensos em membros inferiores que em membros superiores, e de forma simétrica.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

RADICULOPATIA

É a segunda indicação  mais frequente para se realizar uma Eletroneuromiografia, atrás apenas da Síndrome do Túnel do Carpo. 
Radiculopatia é uma lesão de uma raiz específica de um nervo ou vários nervos, geralmente causada por compressão por uma hérnia de disco. A Eletroneuromiografia pode dar informações não apenas em relação a localização ou anatomia da raiz envolvida, como o que realmente está ocorrendo  com os nervos e músculos. A combinação de exames de imagem (Ressonância  Magnética) e Eletroneuromiografia confirma o diagnóstico de Radiculopatia.
Os achados físicos mais comuns de radiculopatia são:
- Reflexos diminuídos em músculos inervados por nervo formados pela raiz envolvida;
- Fraqueza em músculos inervados por nervos formados pela raiz envolvida;
- Sintomas sensoriais distribuídos por dermátomos representados pela raiz envolvida.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO - NEUROPATIA DO NERVO MEDIANO NO PUNHO

É a mais comum de todas as neuropatias compressivas, sendo uma das mais frequentes das  indicações de realização do exame de Eletroneuromiografia. Os sintomas e sinais relacionados a Síndrome do Túnel do Carpo na maioria dos casos, relaciona-se com o sítio de compressão do nervo mediano, dentro da estrutura anatômica no túnel do carpo no punho.  Raramente, sintomas relacionados a lesões proximais do nervo mediano, plexo braquial e raízes de C6 e C7, numa fase inicial, podem se confundir com esta síndrome.
Mulheres são acometidas mais frequentemente que homens. Normalmente a mão dominante é a mais afetada. Queixas de dores em punho, antebraço, braço e ombro, associado a sensações desagradáveis como dormência e  formigamento em mãos, polegar, II, III e IV dedo (face lateral do dedo anelar).
Sintomas e sinais altamente sugestivos de Síndrome do Túnel do Carpo:
- Parestesias (sensações desagradáveis) noturnas que acordam o paciente;
- Balançar as mãos para alívio dos sintomas;
- Dor e parestesias associado a dirigir, segurar um livro ou telefone;
- Alteração na sensibilidade do I, II, III e metade do IV dedo;
- Fraqueza da musculatura da região tenar;
- Manobra de Phallen reproduz os sintomas.
Sintomas e sinais prováveis:
- Dores em mão, punho, antebraço e ombro;
- Percepção de parestesias nos 5 dedos;
- Sinal de Tinel sobre o nervo mediano no punho;
- Perda de sensibilidade no I, II, III e /ou IV dedo.
Sintomas e sinais inconsistentes com Síndrome do Túnel do Carpo:
- Dor cervical;
- Parestesias irradiando da coluna cervical para ombro e braço;
- Dormência na região tenar;
- Fraqueza de músculos da região hipotenar, flexão do polegar, pronação do braço e flexão/ extensão do cotovelo;
- Redução de reflexos do bíceps ou tríceps.

HANSENÍASE NEURAL PRIMÁRIA

 

Considerada uma forma de manifestação da hanseníase, que pode preceder o aparecimento das lesões cutâneas  em até 35% dos casos.
A confirmação do diagnóstico é um grande desafio, pois os dois sinais cardinais da hanseníase - lesões cutâneas e presença de bacilos álcool-ácido resistentes nos esfregaços de pele - estão ausentes.
Devido ao potencial de sequelas neurológicas graves quando não diagnosticado e tratado precocemente, recomenda-se uma investigação criteriosa dos casos de mononeuropatias  isoladas e mononeuropatias múltiplas. O padrão mais comum é o da mononeuropatia múltipla (80% dos casos), seguido de mononeuropatias isoladas. A neuropatia é predominantemente sensitiva, com maior comprometimento térmico/dolorosa.

SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ

É a causa mais comum de paralisia flácida subaguda no mundo. 

Tipicamente, desenvolve no curso de dias com fraqueza em pernas que vai ascendendo, associado ao comprometimento da sensibilidade em pés e mãos, raramente dolorosos. A fraqueza muscular pode ascender para braços e até músculos da face em metade dos casos. O pico da manifestação da fraqueza normalmente na quarta semana. O aumento de proteínas no LCR, sem aumento de células, ocorre no decorrer da segunda semana do quadro. A eletroneuromiografia é o exame com maior sensibilidade no diagnóstico precoce. Em 80% dos pacientes se evidencia alentecimento na Velocidade de Condução  ou Bloqueio de Condução no decorrer da doença, aumento da latência distal de até 3 vezes da normalidade, alentecimento da onda F como sinal mais prcecoce. 

CLASSIFICAÇÃO DE NEUROPATIAS PERIFÉRICAS


As neuropatias periféricas podem ser classificadas quanto às fibras envolvidas em sensitivas, motoras e autonômicas, ocorrendo em várias combinações.

Quanto à topografia  do nervo acometido: distal, progredindo proximalmente; próximo às origens do nervo ou raízes; qualquer posição intermediária; toda a extensão do nervo.
Quanto à distribuição dos nervos acometidos: mononeuropatias, quando acometimento isolado de um nervo; polineuropatias, quando o acometimento é simétrico, de distal para proximal; mononeuropatias múltiplas, quando há acometimento de múltiplos nervos de forma assimétrica e em tempos distintos.