terça-feira, 23 de maio de 2017

ELETROMIOGRAFIA E RADICULOPATIA

            Eletromiografia é o exame mais preciso para identificar perda axonal  em uma distribuição radicular e confirmar a presença de uma radiculopatia. O estudo eletromiográfico é considerado positivo para radiculopatia se alguma anormalidade é encontrada em dois ou mais músculos inervados pelas mesma raízes de nervos diferentes, mesmo que músculos inervados por nervos adjacentes  sejam normais. O estudo de condução nervosa não é útil para diagnosticar radiculopatia, mas extremamente importante para excluir polineuropatia ou neuropatias periféricas.
               Ressonância Magnética da coluna lombar apresentam nível de falso-positivo em 27% e da coluna cervical, nível de 10% de falso-positivo (apresentam "anormalidades" de importância incerta). A sensibilidade para diagnosticar radiculopatia pela eletroneuromiografia é imprecisa, mas se apontam entre 50 a 80% para radiculopatias lambiscaras e 60 a 70% para as radiculopatias cervicais.
                A grande importância da eletroneuromiografia nas radiculopatias consiste em definir, localizar e avaliar a gravidade com alta especificidade, tornando uma complementação ao diagnóstico com a Ressonância Magnética.
              A eletroneuromiografia pode ser normal em casos de comprometimento apenas de fibras sensitivas ou em casos de  lesões desmielinizantes das raízes comprometidas.

quinta-feira, 23 de março de 2017

DIFICULDADE PARA MARCAR EXAMES - NOTA DE UTILIDADE PÚBLICA

Situações de Garantia de Acesso à Cobertura Assistencial
A operadora do plano de saúde deve garantir o acesso do beneficiário aos serviços e procedimentos definidos como cobertura mínima obrigatória no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS, no município onde o beneficiário os demandar, desde que esse local seja integrante da área de abrangência geográfica.
As diferentes situações que poderão ocorrer quando o beneficiário precisar de atendimento encontram-se descritas a seguir:
Atendimento em casos eletivos (não são urgência ou emergência)
Há prestador de serviços de saúde da rede conveniada no município onde o beneficiário está.
Esta é a situação ideal para o atendimento: você procura por um atendimento (consulta, exame, internação em hospital etc) e seu plano de saúde oferece este serviço no município onde você está. Tudo o que você precisa fazer é agendar o atendimento.
Existe prestador de serviços de saúde no município onde o beneficiário está, mas ele está indisponível.
Quando não houver prestador credenciado disponível no município onde você está, você deve entrar em contato com a operadora de seu plano de saúde, que deverá oferecer uma das soluções abaixo:
Garantir o atendimento em prestador de serviços de saúde particular no município onde o beneficiário está: Havendo um prestador particular que possa atender, você deve entrar em contato com a operadora de seu plano de saúde e pedir autorização para ser atendido por este profissional ou estabelecimento de saúde. Após a autorização para o atendimento pela operadora, você deve ir por conta própria até este profissional ou estabelecimento. O pagamento ao profissional ou estabelecimento de saúde deverá ser feito diretamente a ele pela operadora.
Garantir o atendimento em prestador credenciado, nos municípios limítrofes : Havendo um prestador de serviços de saúde credenciado, tudo o que você precisa fazer é agendar o atendimento e ir por conta própria ao prestador.
Garantir o atendimento em prestador particular nos municípios limítrofes: Havendo um prestador particular que possa atender, você deve entrar em contato com a operadora de seu plano de saúde e pedir autorização para ser atendido por este profissional ou estabelecimento de saúde. Após a autorização para o atendimento pela operadora, você deve ir por conta própria até este profissional ou estabelecimento. O pagamento ao profissional ou estabelecimento de saúde deverá ser feito diretamente a ele pela operadora.
Inexistência de prestador no município onde o beneficiário está.
Quando não houver nenhum prestador, particular ou credenciado, no município em que você está, você deve entrar em contato com a operadora de seu plano de saúde, que deverá oferecer uma das soluções abaixo:
Garantir o atendimento em prestador particular, nos municípios limítrofes: Havendo um prestador particular que possa atender, você deve entrar em contato com a operadora de seu plano de saúde e pedir autorização para ser atendido por este profissional ou estabelecimento de saúde. Após a autorização para o atendimento pela operadora, você deve ir por conta própria até este profissional ou estabelecimento. O pagamento ao profissional ou estabelecimento de saúde deverá ser feito diretamente a ele pela operadora.
Garantir o atendimento em prestador credenciado, nos municípios limítrofes: Havendo um prestador de serviços de saúde da rede conveniada, tudo o que você precisa fazer é agendar o atendimento e ir por conta própria até este profissional ou estabelecimento.
Garantir o atendimento em prestador credenciado, na Região de Saúde: Havendo um prestador de serviços de saúde da rede conveniada, tudo o que você precisa fazer é agendar o atendimento e ir por conta própria até este profissional ou estabelecimento.
Havendo um prestador particular que possa atender, você deve entrar em contato com a sua operadora e pedir autorização para ser atendido por este profissional ou estabelecimento de saúde. Após a autorização para o atendimento pela operadora, você deve ir por conta própria a este prestador. O pagamento ao profissional ou estabelecimento de saúde deverá ser feito diretamente a ele pela operadora.



FONTE: AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE COMPLEMENTAR - AGÊNCIA          REGULADORA DE PLANOS DE SAÚDE

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

PARTE 3: HÉRNIA DE DISCO - RADICULOPATIA - ELETRONEUROMIOGRAFIA

Limitações da Eletromiografia no estudo das radiculopatias:
1) Pode ser difícil localizar uma radiculopatia em apenas uma simples raiz, pois  a maioria dos músculos são inervados por pelo menos duas raízes;
2) Se a lesão é aguda, a eletromiografia pode ser perfeitamente normal, sendo mais importante realizar o exame com pelo menos 4 semanas do início do quadro no caso de suspeita de radiculopatia;
3)  Se a radiculopatia for puramente desmielinizante, o estudo pode ser normal;
4)  Se a radiculopatia for puramente sensitiva, a eletroneuromiografia pode ser normal pois a parte principal do estudo depende do estudo da atividade muscular, que ocorre com alterações de fibras motoras;
5) Não se consegue diferenciar entre Radiculopatia, Polirradiculopatia e Doença do Neurônio Motor Focal ou Difuso, sem relacionar com o curso da evolução da doença, queixas e exame neurológico;
6) Fibrilações em musculatura paravertebral pode persistir após cirurgia de hérnia de disco, sendo limitante, e ocorrem apenas em 50% dos casos numa fase inicial da radiculopatia;
7) Apenas músculos distais podem persistir com alterações nas Radiculopatias;
8) Pode haver poucas ou nenhuma alteração nos casos de Estenose de Canal Vertebral, e em casos que a sintomatologia dolorosa ocorre de forma intermitente;

9) Em pacientes mais idosos, Potenciais Sensitivo com amplitude reduzida são comuns, e limita a diferenciação entre Polineuropatia de Radiculopatia Crônica Bilateral.

PARTE 2: HÉRNIA DE DISCO - RADICULOPATIA - ELETRONEUROMIOGRAFIA

O curso cronológico da Radiculopatia é importante para a interpretação dos achados na Eletroneuromiografia. Após um evento que causa uma hérnia discal extrusa com compressão aguda de uma raiz, apenas um recrutamento reduzido pode ser evidenciado no exame quando realizado precocemente. Após 10 a 14 dias, potenciais de desinervação (fibrilações) serão detectados em músculos paravertebrais, que se relaciona com a proximidade desses músculos com a coluna vertebral. Em 2 a 3 semanas, músculos mais proximais manifestarão essas alterações e em 4 a 5 semanas músculos mais distais. Após desinervação, o processo de reinervação começa a ocorrer, com alteração nos Potenciais de Ação de Unidade Motora, que passam a apresentar aumento na duração, amplitude e aumento do número de fases (polifasia). Da mesma forma que na desinervação, a reinervação se inicia nos músculos mais próximos a coluna vertebral. Com o passar dos meses, estas alterações de reinervação prepondera, e os potenciais de fibrilações desaparecem ou se tornam raros.

PARTE 1: HÉRNIA DE DISCO - RADICULOPATIA - ELETRONEUROMIOGRAFIA

Radiculopatia (Comprometimento patológico das raízes -fibras nervosas motoras e sensitivas- que se direcionam para fora do canal vertebral para formar nervos que inervam músculos) é uma indicação bastante comum para se fazer uma Eletroneuromiografia, mesmo com a disponibilidade atual de Ressonância Magnética  que mostra anatomicamente as raízes, e pode mostrar lesões estruturais como uma hérnia de disco. 
A eletroneuromiografia complementa a ressonância magnética, não apenas para avaliar o funcionamento, como na localização, prever tempo e prognóstico de lesões dessas raízes. Mesmo em casos em  que não há lesões estruturais visualizadas em exames de imagem (como hérnia de disco, osteófitos ou tumores), existem radiculopatias com lesões microscópicas causadas por infiltrações tumorais (carcinomatose, meningite linfomatosa), infiltrações granulomatosas (sarcoidose), infecções (herpes zoster, cytomegalovirus, herpes simplex), doenças desmielinizantes adquiridas (Guillain-Barré), vasculares.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

MIASTENIA GRAVIS- DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO

Miastenia Gravis  é um distúrbio neuromuscular crônico caracterizado pela fraqueza muscular e fadiga muscular precoce quando a musculatura é exigida. Há dois tipos possíveis: 1) miastenia adquirida - que é uma doença autoimune, em que o próprio corpo produz anticorpos que atacam os receptores de um neurotransmissor importante na transmissão elétrica durante a atividade muscular; 2)miastenia congênita, quando os anticorpos da mãe passam para o feto pela placenta.

O diagnóstico definitivo da Miastenia Gravis é feito quando o paciente tem pelo menos três dos seguintes critérios:
- História típica com sinais de fraqueza muscular flutuante;
- Resposta terapêutica inequívoca ao teste de um agente Anticolinesterásico (teste do Edrofônio);
- Presença de anticorpos Anti-Acetilcolina ou Anti-Muscarínico;
-Padrão de decremento no teste de estimulação repetitiva do nervo.
Em alguns pacientes, o diagnóstico é estabelecido através do acompanhamento evolutivo do curso da doença.
Um diagnóstico padrão ouro não é disponível na Miastenia Gravis.
O estudo eletromiográfico de fibras finas é considerado específico para anormalidade da transmissão neuromuscular mas não para Miastenia Gravis pois a técnica pode mostrar anormalidade devido a problema no nervo, no neurônio motor ou doença muscular. O estudo eletromiográfico de fibras finas não é um teste confirmatório para Miastenia Gravis mas tem um alto valor preditivo negativo em identificar pacientes que não tem a doença.
Por ser um teste encontrado em poucos centros, com um alto custo de execução, deve ser ponderado o seu real valor no diagnóstico da Miastenia Gravis.


FONTE: Clinical Neurophysiology 125 (2014) 1270-1273
Reality of SFEMG in diagnosing myasthenia graves: Sensitivity and specificity calculated on 100 prospective cases.