sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

PARTE 3: HÉRNIA DE DISCO - RADICULOPATIA - ELETRONEUROMIOGRAFIA

Limitações da Eletromiografia no estudo das radiculopatias:
1) Pode ser difícil localizar uma radiculopatia em apenas uma simples raiz, pois  a maioria dos músculos são inervados por pelo menos duas raízes;
2) Se a lesão é aguda, a eletromiografia pode ser perfeitamente normal, sendo mais importante realizar o exame com pelo menos 4 semanas do início do quadro no caso de suspeita de radiculopatia;
3)  Se a radiculopatia for puramente desmielinizante, o estudo pode ser normal;
4)  Se a radiculopatia for puramente sensitiva, a eletroneuromiografia pode ser normal pois a parte principal do estudo depende do estudo da atividade muscular, que ocorre com alterações de fibras motoras;
5) Não se consegue diferenciar entre Radiculopatia, Polirradiculopatia e Doença do Neurônio Motor Focal ou Difuso, sem relacionar com o curso da evolução da doença, queixas e exame neurológico;
6) Fibrilações em musculatura paravertebral pode persistir após cirurgia de hérnia de disco, sendo limitante, e ocorrem apenas em 50% dos casos numa fase inicial da radiculopatia;
7) Apenas músculos distais podem persistir com alterações nas Radiculopatias;
8) Pode haver poucas ou nenhuma alteração nos casos de Estenose de Canal Vertebral, e em casos que a sintomatologia dolorosa ocorre de forma intermitente;

9) Em pacientes mais idosos, Potenciais Sensitivo com amplitude reduzida são comuns, e limita a diferenciação entre Polineuropatia de Radiculopatia Crônica Bilateral.

PARTE 2: HÉRNIA DE DISCO - RADICULOPATIA - ELETRONEUROMIOGRAFIA

O curso cronológico da Radiculopatia é importante para a interpretação dos achados na Eletroneuromiografia. Após um evento que causa uma hérnia discal extrusa com compressão aguda de uma raiz, apenas um recrutamento reduzido pode ser evidenciado no exame quando realizado precocemente. Após 10 a 14 dias, potenciais de desinervação (fibrilações) serão detectados em músculos paravertebrais, que se relaciona com a proximidade desses músculos com a coluna vertebral. Em 2 a 3 semanas, músculos mais proximais manifestarão essas alterações e em 4 a 5 semanas músculos mais distais. Após desinervação, o processo de reinervação começa a ocorrer, com alteração nos Potenciais de Ação de Unidade Motora, que passam a apresentar aumento na duração, amplitude e aumento do número de fases (polifasia). Da mesma forma que na desinervação, a reinervação se inicia nos músculos mais próximos a coluna vertebral. Com o passar dos meses, estas alterações de reinervação prepondera, e os potenciais de fibrilações desaparecem ou se tornam raros.

PARTE 1: HÉRNIA DE DISCO - RADICULOPATIA - ELETRONEUROMIOGRAFIA

Radiculopatia (Comprometimento patológico das raízes -fibras nervosas motoras e sensitivas- que se direcionam para fora do canal vertebral para formar nervos que inervam músculos) é uma indicação bastante comum para se fazer uma Eletroneuromiografia, mesmo com a disponibilidade atual de Ressonância Magnética  que mostra anatomicamente as raízes, e pode mostrar lesões estruturais como uma hérnia de disco. 
A eletroneuromiografia complementa a ressonância magnética, não apenas para avaliar o funcionamento, como na localização, prever tempo e prognóstico de lesões dessas raízes. Mesmo em casos em  que não há lesões estruturais visualizadas em exames de imagem (como hérnia de disco, osteófitos ou tumores), existem radiculopatias com lesões microscópicas causadas por infiltrações tumorais (carcinomatose, meningite linfomatosa), infiltrações granulomatosas (sarcoidose), infecções (herpes zoster, cytomegalovirus, herpes simplex), doenças desmielinizantes adquiridas (Guillain-Barré), vasculares.